e tira-me esta dor.
Embala-me e encanta-me com a tua voz
que vibra no meu ser.
Vem, não tenhas medo,
não te recusarei.
Conta-me os teus receios e eu te ouvirei.
Fala-me dos teus sonhos e eu os abraçarei.
Não olhes para o passado porque esse já foi.
Vive o presente mesmo que descontente
e deixa o futuro para a gente.
Adormeci,
quase de madrugada.
Um peso no coração teimava em manter-me em vigília.
Queria poder viajar no tempo
e apagar o que não queria ter feito.
Caminhamos uma vida,
ouvimos muitos lamentos,
saramos muitas feridas,
tentamos entender o que nos rodeia,
e quando pensamos que temos o mundo na nossa mão
algo acontece e tudo desaparece.
As coisas,
os sentimentos,
a capacidade de compreender,
a estranha letargia de não mais poder
conquistar o perdido por não querer.
Quando finalmente adormeci,
estranhos pesadelos assaltaram a minha mente fragilizada.
Acordei triste
e cansada,
queria apagar o ontem,
mas infelizmente,
o ontem já é passado,
e agora só me resta
o triste peso do presente tão negro
e não desejado.
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