Um tempo onde não me perguntem nada, nem me peçam nada, apenas me permitam o direito de dar vazão ao pranto que venho engolindo com o café-da-manhã,
Enquanto visto a máscara de ‘SUPER MULHER’ querendo demonstrar a todos: "olhem como sou valente e forte”.... Quero ser a criança que pode chorar livremente até que me coloquem no colo, restabelecendo assim, o equilíbrio que necessito para ficar em paz.
Quero me aventurar na busca dos sonhos, sem ter que vê-los pintados com as cores do desânimo, muito menos coloridos com as cores do impossível...
Ah... Quero poder brincar com meus sonhos como se fosse massinha de modelar ilusões....
Quero lambuzar meus dedos nesses sonhos de massinha, até decidir quando devem ser desfeitos...
Quero ter companheirismo, também nas horas em que tudo parece ter se perdido, e encontrar apenas um ombro amigo,
Onde possa repousar meu cansaço, um ombro que seja silêncio, carinho e abraço.
Quero deixar que me invada toda a dor do mundo neste instante, porque ela é minha, real e única, e que como tal seja aceita e compreendida ...
Mesmo que eu ainda saiba qual a receita para essa dor amenizar.
ah, quero poder dizer:
- Ta doendo muito sim! To sentindo dor em mim.
Sem assustar ninguém, nem causando uma revolução a ponto de que meu mundo pareça ainda mais desabitado.
Seria possível?
Daqui a pouco tudo vai parecer diferente e novo, eu sei.
Sei que vou secar os meus olhos e voltar à luta outra vez
E dessa dor hei de ressurgir mais forte...
Como a fênix ressurge das cinzas...
Porque sou noventa e nove por cento matéria difícil de desintegrar....
Então, por favor, por um momento apenas,
Neste meu pequeno momento humano,
Que se reduz a apenas um "por cento" de fragilidade,
Quero ser igual a todo mundo e simplesmente chorar .
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