segunda-feira, 28 de abril de 2014

Meditação Matinal LENDAS E BOATOS

Segunda, 28 de abril


A falsa testemunha não fica impune, e o que profere mentiras não escapa. Provérbios 19:5

Enquanto vivi no Canadá, veio-me às mãos um texto que traduzi. Trata-se, aparentemente, de uma bela mensagem de ânimo e motivação. O texto refere-se a um momento crítico na vida da águia que a força a tomar uma decisão drástica. Veja o relato:

"A águia, o pássaro que mais vive em sua espécie, chega até 70 anos. Mas, aos 40 anos, uma águia depara-se com uma crise extraordinária. Ela deve então escolher renovar-se ou morrer. Aos 40 anos, suas garras estão compridas e flácidas. Ela já não consegue caçar ou segurar o alimento. Seu bico torna-se longo e curvo. Suas asas, pesadas em razão das penas velhas, estão apertadas contra o peito. Uma alternativa é deixar-se morrer. A outra é recolher-se nas alturas de um pico solitário. Aí a águia comprime-se contra o paredão e inicia um processo de renovação que dura 150 dias. Primeiramente, ela raspa o bico contra a parede até arrancá-lo e espera que o novo bico nasça. Então, ela arranca as garras enfraquecidas para que outras, novas e possantes, as substituam. Finalmente, ela retira suas penas velhas para que outras robustas surjam no lugar. Cinco meses depois, a águia inicia, como nova, o que se chama de voo da renovação, para viver mais 30 anos!"

Extraordinário, não? Usei essa ilustração uma ou duas vezes, fazendo as aplicações óbvias para a vida cristã, que com a rotina se desgasta e envelhece. Pensei em incluí-la neste livro, com esse mesmo objetivo. Mas descobri um sério problema com a narrativa: ela não é verdadeira! Busquei várias fontes, consultei livros e especialistas, mas consistentemente tais fontes apresentam as incorreções científicas e lógicas que tornam a história improvável. A mais evidente: como poderia a águia sobreviver cinco meses sem o bico? Em resumo, é pura lenda.

Às vezes, penso seriamente sobre a origem das "lendas". E o que dizer dos boatos tão comuns sobre pessoas que conhecemos? Como devemos agir diante de inverdades que destroem vidas e reputações? Não creio que a ilustraçãoda águia, embora uma lenda, possa causar grandes males, mas esse não é o caso de outras "estórias" inventadas, ampliadas ou maldosamente divulgadas pela maledicência dos que se julgam superiores por terem informações "privilegiadas". Diante de um boato, pergunte-se: É verdadeiro? É necessário? A quem interessa?






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