Mágoa, lágrima parada. Janela trancada por dentro que acumula cheiros, impede a passagem dos ventos, nos deixa em estado de pouso eterno. Em estado de encolhimento. Deixa o coração friável, sangrando fácil depois de um pequeno toque. E às vezes, não é preciso amordaçar a própria entrega para estar de volta, para estar dentro. A gente só precisa alçar um voo sereno sem tomar distâncias e impulsos homéricos, sem desatar os laços que nos esperam do outro lado. Sabedora de sua previsibilidade, mágoa aproveita a permanência dos mergulhos rasos para boicotar a maré do sentimento. É morada para larvas detentoras de inícios descontentes.
Troquei minhas águas há pouco tempo.
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